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20 de junho de 2011

Inteligência espiritual

O que é e como ela influencia as nossas vidas

Conhecer o propósito da vida. Desafiante, não? Pois saiba que é justamente essa aptidão para lidar com questões existenciais que caracteriza uma de nossas principais competências: a inteligência espiritual. Essa inteligência possui uma expressiva relação com o processo de autoconhecimento e, acredite, está completamente isenta da influência de crenças pessoais ou convicções religiosas.

O termo QS (do inglês spiritual quocient) foi cunhado pela filósofa americana Danah Zohar em meados de 2000. A pesquisadora notou que a busca por paz, alegria ou a ‘força’ para superar um momento de dor são aspectos da experiência humana que não estão vinculados aos outros dois tipos de inteligência já conhecidas, a saber: o QI (quociente de inteligência), que está relacionado à capacidade de raciocínio lógico; e o QE (quociente emocional), responsável pelo controle das emoções e manutenção de bons relacionamentos.

Pensando bem, quem nunca sentiu a necessidade de mudar os rumos da própria vida e procurar um sentido maior para a existência? “Nós buscamos respostas que nos esclareçam sobre a vida, para que não tenhamos que simplesmente reagir às coisas sem saber exatamente qual é o nosso papel. A pergunta ‘quem eu sou’ implica justamente nisso”, afirma Ivana Samagaia, administradora de empresas e professora de Raja Yoga na Brahma Kumaris há 12 anos.

A pessoa com QS desenvolvido possui um senso de propósito muito firme e sempre faz questionamentos do tipo ‘afinal, o que eu estou fazendo aqui? ’. Ou seja, toda ação é dotada de um sentido verdadeiro e consciente. Segundo Ivana, essa percepção aguçada faz com que as pessoas com alto QS procurem acrescentar algo ao mundo a partir de qualquer atividade que venham a desempenhar.

Além disso, as pessoas começam a enxergar as dificuldades como verdadeiros desafios, de maneira que as adversidades do dia a dia passam a ser encaradas como oportunidades para traçar novas rotas, encontrar novos caminhos e desabrochar os potenciais. “Isso ocorre quando a pessoa finalmente percebe que pode ser inteligente, trabalhar muito bem, ter bons relacionamentos e uma vida tranquila e, ainda assim, sentir um vazio imenso dentro de si. É nessa lacuna que entra a inteligência espiritual”, finaliza a professora.

*Texto publicado
originalmente no site Abilio Diniz

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Em tempo: não podemos esquecer que religião é uma expressão política e espiritualidade é uma expressão de fé. E uma coisa nunca deveria ser confundida com a outra.