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28 de setembro de 2006

Para a inauguração do espaço, segue um poema que, dentro de toda a 'minha pluralidade', também encontrou seu abrigo:

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo,
assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?

Cecília Meireles

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