Páginas

31 de dezembro de 2007

o ultimo post do ano...

Chegou mais rápido do que eu poderia imaginar. Sim, mais um ano foi embora e tenho a sensação de que isso vai perdendo a importância ao passar do tempo. Tempo, este que não espera ninguém.

Acho que pensei coisas para este texto durante algum tempo. Queria falar de desejos e esperanças para o novo ano, mas 2007 marcou minha vida de maneira única. Um ano de perdas inestimáveis, infelizmente.

Parece que foi ontem, pois ainda sinto a súbita fraqueza daqueles que sentem parte de sua vida partir com um ente querido muito amado. Vovô foi mais que um pai para mim, foi um anjo.

Ainda vi outras pessoas importantes partirem. O que fica é a pseudo certeza de que dia desses nos encontraremos novamente. Melancolias à parte, desejo à todos um ano novo regado de convicções novas e de energia boa.

E assim eu queria a minha ultima postagem do ano: que fosse incerta como a vida.

O Anjo Mais Velho

O Teatro Mágico
Composição: Fernando Anitelli

"O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"

Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minh'alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar

10 de dezembro de 2007


Famosas cataratas do Niágara

E a arte, esta que insiste imitar a vida. Até nas situações mais inusitadas, sempre encontramos a referência substancial. E eu, ingênua criança, me dobrando de tanto rir quando, nas diárias sessões de desenho animado, era sorteada com o episódio mais engraçado de Pica-Pau, animação criada em 1940 pelo então cartunista Walter Lantz.

Trata-se do episódio Niagara Folls, de 1956 (sim, eu não estava nem em vias de projeto). Simplesmente, não dá para esquecer a cena clássica dos homenzinhos de capa amarela gritando “oooeeeehhh” quando alguém descia as cataratas em um barril!

O assunto veio à tona porque estava trabalhando na rede e encontrei uma referência no site “Mundo Estranho”. Abaixo, a curiosa evidência da afirmação no início do texto.

“Desci as cataratas num barril!”
Não é coisa de desenho: desde 1901, 14 pessoas já tentaram vencer os 56 metros de queda do rio Niágara, no Canadá. Nove delas conseguiram sobreviver a essa aventura maluca
Por Endrigo Coelho

Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br/edicoes/38/almanacao/conteudo_mundo_65499.shtml


Outras curiosidades::::

Pica Pau
http://www.autobahn.com.br/desenhos/pica_pau.html

Olha o Barril!
http://www.captaindive.com.br/papo1.asp?papo_id=36

Os fãs de Pica-Pau
http://igjovem.ig.com.br/materias/195001-195500/195219/195219_1.html

4 de novembro de 2007

Você conhece a Biblioteca Virtual?

Serviço gratuito de referências eletrônicas contribui para o acesso à informação

O uso estratégico e dinâmico da Internet possibilitou novas fontes para diversos tipos de serviços ou buscas por informações. O problema, muitas vezes, é saber a quem recorre e se essas informações são confiáveis. O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Comunicação, oferece um serviço especializado em referências eletrônicas.

A Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo existe desde 1997. Trata-se de um serviço de auxílio a pesquisas eletrônicas, em qualquer área do conhecimento e totalmente personalizado para atender as necessidades do cidadão comum. Primeiramente, foi concebido com a intenção de disponibilizar informações apenas para órgãos públicos, contribuindo para a tomada de decisões. Em 2000, o serviço foi gradualmente estendido para os cidadãos.

A disponibilização de acesso a novas fontes sem dúvida contribui para a idéia de que a rede pode se tornar um meio mais seguro para a realização de pesquisa. A BV recebe solicitações de qualquer tipo e para qualquer finalidade: desde informações sobre o Governo e o Estado de São Paulo, às áreas de saúde, exatas e humanas.

Se estiver complicado encontrar uma informação específica, ou se realmente não se faz idéia de onde começar tal busca e se as informações serão fidedignas, contate a Biblioteca Virtual, eles buscam a informação para você.

::: Como usar o serviço:

Acesse: www.bv.sp.gov.br (o site disponibiliza uma série de informações relevantes que sempre são solicitadas pelos usuários, diminuindo assim o tempo de busca).

Se a informação não estiver disponível na página, vá até o link “Fale Conosco”, no topo da página, e preencha o formulário de solicitação. As respostas são dadas impreterivelmente via e-mail ou – menos comum – por correspondência. O serviço é gratuito!

Abaixo, mini-documentário sobre a Biblioteca Virtual do Governo do Estado de São Paulo, produzido pela Escola do Futuro:


31 de outubro de 2007


pra não dizer que não falei das flores...

Hoje quero comentar um documentário clássico, que sempre me emociona: Ilha das Flores. Com roteiro (originalíssimo) e direção de Jorge Furtado, o curta metragem fala de consumismo, de injustiça social, descaso e responsabilidade individual. É simplesmente brilhante.

Para os que ficaram interessados ou simplesmente querem revê-lo, acessem o link abaixo::::

:::: ficha técnica

Ilha das Flores
Gênero Documentário, Experimental
Diretor Jorge Furtado
Narração Paulo José
Ano 1989
Duração 13 min
Cor Colorido
País Brasil

10 de outubro de 2007

eu-caricato...

Produzida por um artista chamado Alexandre, dia 05/10, na região do Paraíso - São Paulo/SP

Carolina - Chico Buarque

Carolina, nos seus olhos fundos guarda tanta dor, a dor de todo esse mundo
Eu já lhe expliquei, que não vai dar, seu pranto não vai nada ajudar
Eu já convidei para dançar, é hora, já sei, de aproveitar

Lá fora, amor, uma rosa nasceu, todo mundo sambou, uma estrela caiu
Eu bem que mostrei sorrindo, pela janela, ah que lindo
Mas Carolina não viu...

Carolina, nos seus olhos tristes, guarda tanto amor, o amor que já não existe,
Eu bem que avisei, vai acabar, de tudo lhe dei para aceitar
Mil versos cantei pra lhe agradar, agora não sei como explicar

Lá fora, amor, uma rosa morreu, uma festa acabou, nosso barco partiu
Eu bem que mostrei a ela, o tempo passou na janela e só Carolina não viu.

27 de setembro de 2007

o Governo do Estado de São Paulo está a venda...

Jornal VALOR ECONÔMICO – 27/09/2007

São Paulo avalia 18 estatais para reiniciar privatização

Vanessa Adachi

O governo do Estado de São Paulo quer avaliar o preço de 18 empresas estatais para estudar sua privatização ou venda de participação minoritária. Fazem parte da lista a elétrica Cesp, o banco Nossa Caixa, a companhia de saneamento Sabesp, o Metrô, a Dersa, que administra rodovias, e até o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Seria a retomada das privatizações paulistas, que haviam sido interrompidas, com exceção da empresa de transmissão de energia Cteep, vendida no ano passado.

Cálculos preliminares indicam que essas empresas, reunidas, poderiam valer mais de R$ 30 bilhões - mas o governo não detém 100% das ações em todas elas. Não é certo quais empresas serão efetivamente vendidas. O mais provável, na avaliação de executivos do mercado financeiro, é que o governo privatize apenas parte delas.

Na última segunda-feira, os bancos interessados em trabalhar como assessores financeiros do governo entregaram envelopes contendo suas propostas e a indicação da comissão que pretendem cobrar. Na próxima semana deve ser anunciado o nome do vencedor. JPMorgan, Morgan Stanley, UBS, Banco Espírito Santo, Citi e Fator são alguns dos bancos que fizeram suas ofertas ao governo. O processo está a cargo da Secretaria da Fazenda, sob o comando de Mauro Ricardo Costa. Procurada, a Secretaria informou que não comentaria o assunto.

As 18 empresas foram reunidas em três grupos. O primeiro é formado por Cesp, Nossa Caixa e Sabesp. O segundo tem seis companhias: Metrô, CDHU (desenvolvimento habitacional e urbano), CPTM (trens metropolitanos), Dersa, Emae (água e energia) e Cosesp (seguros). O terceiro grupo é composto por nove empresas: CPP (parcerias), Cetesb (saneamento), Prodesp (processamento de dados), Imprensa Oficial, EMTU (transportes), CPOS (obras e serviços), IPT, Codasp (desenvolvimento agrícola) e Emplasa (planejamento).

Segundo as regras do edital de licitação para contratação do serviço de avaliação, o governo poderia, no limite, vender seis companhias por ano nos próximos três anos: uma do grupo 1, duas do 2 e três do 3. Em comunicado divulgado há um mês, a Secretaria da Fazenda anunciou o início da licitação para avaliar seus ativos, mas não mencionou a intenção de vendê-los

16 de setembro de 2007



Relatório de Participação Projeto Arandu Porã

.:: Carolina Oliveira
.:: Elieth Rodrigues


Realizamos um trabalho acadêmico, no primeiro semestre de 2007, onde a professora Marta Marcondes foi fundamental no fornecimento de informações para que este se realizasse. Tratava-se de um jornal empresarial que visava divulgar práticas de integração sociedade x universidade, promovidas por alunos do curso de biologia da UNIP, campus Vergueiro. Durante a realização deste trabalho, surgiu o convite para colaborar no Projeto Arandu Porã, coordenado pela professora.

Motivadas pela oportunidade de desenvolver um trabalho colaborativo, não remunerado e com grandes possibilidades de aprendizado, topamos no ato. Não fazíamos idéia do grande desafio que isso representa.

Domingo, dia 02 de setembro, após cansativa caminhada de 5 km, finalmente chegamos ao ponto de encontro. A Aldeia Guarani Krukutu esta localizada na região de Parelheiros, zona sul do município de São Paulo, situada na Área de proteção Ambiental (APA) Capivari Monos.

A aldeia fica localizada às margens da Represa Billings

Ali, foi realizada a 2ª Capacitação do Projeto Arandu Porã, com alunos e professores de biologia das Instituições São Marcos, Instituto de Biologia, Universidade Paulista e representantes da Associação Guarani Nhe’Em Porã.

O projeto pretende promover a preservação e recuperação das nascentes na área ocupada pela aldeia, como forma de melhorar sua sustentabilidade. Também visa desenvolver um núcleo de educação ambiental modelo em preservação de nascentes da Mata Atlântica, para incentivar as comunidades do entorno à práticas de preservação dos recursos hídricos.

Durante a capacitação, fomos sensibilizados da importância ambiental da área e instruídos sobre a abrangência do projeto. Falamos sobre o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD), recuperação estrutural (integridade física – químicos e biológicos), recuperação funcional (APA – a mata preserva a água) e da recomposição florística (ou revegetação). Todos esses tópicos serão abrangidos pelo projeto, por meio de equipes que irão mapear toda a região e desenvolver um plano estratégico para atuação.

Esse encontro, mais do que a efetivação de nosso aceite ao convite, representou uma experiência sem precedentes. É tudo muito novo. O contado com biólogos será fundamental para nós, estudantes de jornalismo. Simplesmente, porque nosso repertório e área de conhecimento são focados em aspectos da realidade completamente diferentes. Isso não significa, nem de longe, que sejamos apáticas às questões ambientais. Significa apenas que, as oportunidades de contato direto com essa causa, em proporções maiores, não ocorrem sempre. Somos marinheiras de primeira viagem e é, no mínimo, delicado de nossa parte admitirmos isso desde o primeiro instante.

Isso tudo, porque ainda não falamos de como foi o primeiro contato com os nativos. De maneira mais superficial, poderíamos classificá-lo como ‘traumático’. Isso, sem dúvida, se deve ao estereotipo forte que alimentamos (e que somos ensinados a fazê-lo) a respeito dos hábitos e de identidade culturais.

De maneira mais crítica, é impossível não admitir que aquela comunidade, os Guaranis da aldeia Krukutu, sofreram e sofrem uma interferência forte do sistema capitalista. Quanto a isso, naturalmente, é difícil mesmo ficar imune por muito tempo.

A primeira das tarefas será a de identificar, em nossas próprias percepções, até onde é senso crítico e até onde é postura etnocêntrica. A participação de uma professora antropóloga na equipe ajudará a nos nortear com relação a esse relativismo cultural.

Como todo projeto filantrópico, Arandu Porã conta com o apoio da iniciativa privada. A Petrobrás patrocina a iniciativa e entre outras coisas, confere à coordenação do projeto o processo de divulgação. Nossa tarefa é a de viabilizar uma ação de assessoria de imprensa. Para isso, será necessário sólido conhecimento sobre o que é o Arandu Porã, quem são os Guaranis e qual o nosso papel em todo esse contexto. Em teoria, isso se aproxima muito também do que subtende-se jornalismo comunitário, onde a comunicação, em uma comunidade especifica, tem poder de aumentar a abrangência política de suas articulações.

7 de setembro de 2007

nunca ninguém me disse eu te amo, em cartaz no Teatro Augusta

O espetáculo ‘Nunca ninguém me disse eu te amo’, com direção de Flávio Fautinoni, aborda o universo corporativo do ponto de vista de uma executiva que acaba de ser demitida e traz no elenco as atrizes Lais Correa e Silvia Ferreira.

(Lais Correa e Silvia Ferreira)

Em cartaz na Sala Experimental do Teatro Augusta, ‘Nunca ninguém me disse eu te amo’ retrata de maneira critica e surpreendente o universo corporativo, onde o inusitado e o trivial da dita vida moderna se traduzem como um processo de isolamento e exaustão na busca pelo sucesso e reconhecimento profissionais.

Com direção de Flávio Faustinoni, a trama retrata a relação mantida entre uma respeitável executiva de marketing, chamada Renata, e sua assistente Ana, interpretadas respectivamente por Lais Correa e Silvia Ferreira.

Após uma reestruturação na empresa, Renata, que dedicou integralmente 25 anos à profissão, é demitida. Em cena, é vivida a última hora de Renata em suas atribuições. Ana, a dedicada assistente, presencia a revelação de segredos tórridos e o despertar dos sentimentos da futura ex-chefe. Os diálogos, por vezes irônicos, e ao mesmo tempo, subitamente cruéis, dão o tom quase cômico e quase caricato à trama. Isso tem efeito admirável na platéia.

A atmosfera do espetáculo é criada muito antes do inicio da apresentação, no momento da retirada dos ingressos na bilheteria. Junto ao ingresso é entregue um ‘cartão de ponto’, que deve ser apresentado na catraca simbólica, postada na entrada da Sala Experimental, dando a sensação de que todos entram no ambiente de uma empresa.

O cenário, produzido por Osvaldo Gonçalves, concebe uma sala de escritório, toda estruturada com caixas de arquivo morto. De acordo com Faustinoni, sugere “o simbolismo de abandono sem desapego, o que acaba por gerar mais sofrimento em Renata”.

Em entrevista, Franz Keppler, autor da peça, revela que a inspiração para o texto surgiu do convívio com o ambiente corporativo, onde dedicou cerca de 16 anos à comunicação empresarial.

Para quem assiste ao espetáculo, fica a provocação de uma trama que, de acordo com Franz, foi idealizada para proporcionar uma reflexão sobre a vida que as pessoas levam dentro das empresas e até que ponto elas abdicam das questões pessoais em função disto.

O duo interpretativo é acompanhado por soluções criativas, como a interatividade com um telão, situado no canto direto da platéia. Com 55 lugares disponíveis, a sala cria um clima intimista entre artista e público. Isso favorece ainda mais a aproximação das situações com a vida dos espectadores, como se estivessem de fato ativos naquela ação. A peça promove um processo de comparação com as descobertas dolorosas das personagens em relação à realidade.

Não deixem de conferir!

SERVIÇO

NUNCA NINGUÉM ME DISSE EU TE AMO – Sábado, às 21 horas, no Teatro Augusta - Sala Experimental. Elenco - Lais Correa e Silvia Ferreira. Texto – Franz Keppler. Direção – Flávio Faustinoni. Cenário - Osvaldo Gonçalves - Iluminação Aline Santini. Figurino – Vivian Suppa. Trilha Sonora - Lucas Vasconcelos. Direção de Produção - Isabeau Christine. Temporada – Sexta-feira às 21h30, sábado, às 21 horas e domingos às 19 horas. Censura – 14 anos. Duração – 60 minutos.

Teatro Augusta - Rua Augusta 943. Telefone - (11) 3151-4141. Capacidade – 55 lugares. Horários da bilheteria – Quarta, quinta e sábado das 15h00 às 21h00. Sexta-feira das 15h00 às 21h30. Domingo das 15h00 às 19h00. A bilheteria só aceita dinheiro e cheque. Ingresso Rápido – (11) 2163-2000. Aceita todos os cartões de débito e crédito. Temporada – Sexta a domingo – R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia entrada). Até 7 de outubro.

31 de agosto de 2007

Clichê máster! Fala por si própria...

na sua estante

Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar, ao menos mande notícias
'Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar a minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam
E essa abstinência uma hora vai passar

Composição: Pitty

30 de agosto de 2007

Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há aqueles que lutam muitos anos e são muito bons.
Mas há homens que lutam a vida toda, estes são imprescindíveis

(Bertold Brecht)

Quem quer fazer alguma coisa, encontra um meio.
Quem não quer fazer, encontra uma desculpa.

(Autor Desconhecido)

19 de agosto de 2007

devaneios...

Veja lá se isso são horas para estar tão inquieta. Os sentimentos afloram na pele. Será puro efeito de uma adaptação cinematográfica de um romance épico que acabei de assistir? Acabo de ficar em duvida sobre se devo ou não continuar. A ansiedade não me deixará ser discreta e tenho medo do potencial para crueldade que parece adormecer dentro de nós.

Alguma coisa precisa sair, mas não tenho condições de prever sua forma. Reflexo de alguma crise existencial mal curada? Também não duvidaria. É incrível como perdemos tempo com uma série de sensações que, de tanto reprimidas, perdem sentido e forma e se transformam num vazio que cresce no peito.

flor da pele

Ando tão à flor da pele,
Qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele,
Que teu olhar "flor na janela" me faz morrer

Ando tão à flor da pele,
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele,
Que a minha pele tem o fogo do juízo final

Um barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Um bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras suicido

Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que não acredito mais em você
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a Deus
Mas vou tomar aquele velho navio
Aquele velho navio

(Zeca Baleiro)

12 de agosto de 2007

os meus favoritos...

Após algumas semanas em retiro espiritual (porque o preocupante excesso de trabalho nas últimas semanas ainda não justifica isso) voltei a dar atenção para minhas atividades no blog. Primeiramente, devo esclarecer que, adicionei links aos ‘meus favoritos’ e que considero seriamente a possibilidade de mudar o nome da secção para ‘espaços virtuais de meus (amigos) favoritos’, pois admiro muito as pessoas que criaram e alimentam esses espaços e seria um sacrilégio não ‘linká-los’ ao Pluralidade.

Com alguns projetos em mente, dentre eles a criação de uma série informativa para o Pluralidade, que incluirá “Curiosidades” reveladas por pesquisas solicitadas na Biblioteca Virtual, sigo animada para o novo semestre na faculdade. Várias considerações acabaram de me ocorrer neste quesito, mas que, com o tempo, vou comentando por aqui.

No mais, espero me redimir com os amigos pelo considerável atraso nas postagens e na disponibilização de links úteis. Essa galera é fantástica! E isso me faz lembrar de um grande pensador...

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso.Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Não quero amigos adultos nem chatos.Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto e velhos, para que nunca tenham pressa. Quero amigos para saber quem eu sou... Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

(Oscar Wilde)

23 de julho de 2007

persistência
"Que o bem que fizeste seja vossa recompensa neste mundo e não vos importeis com o que dizem os beneficiados. A ingratidão é uma prova para tua persistência em fazer o bem."

(resposta à pergunta nº 937, dos Livros dos Espíritos, Allan Kardec)

20 de julho de 2007

escrevo...

Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro...

(Clarice Lispector)

19 de julho de 2007

lições do mestre

Perseu Abramo, lecionou por 15 anos no curso de jornalismo e veio a falecer no ano de 1996. Em um discurso na PUC – SP em 1995, deixou um importante lembrete sobre o ofício:

“(...) Não se deixem deslumbrar pelas técnicas e pelas novas tecnologias. Elas de nada valem, se não forem utilizadas com profundo sentido ético e com a visão clara de que a imensa maioria da sociedade, em todos os países, ainda luta para libertar-se da exploração, da opressão, da desigualdade e da injustiça.”

Pegando esse gancho, o profº Hamilton Octavio, no mesmo livro, comentando a relevância dos estudos apresentados por Abramo, conclui:
“a atividade somente pode ser entendida e analisada como categoria política, como instrumento de propagação ideológica de grupos, setores e classes sociais”.

ABRAMO, Perseu. Padrões de manipulação na grande imprensa: Um ensaio inédito de Perseu Abramo. 1ª ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003. 64 p.

18 de julho de 2007

O avião que caiu centenas de vezes

No mundo real, de aço, de tijolo e de gente, o avião da TAM caiu uma vez só. Foi em São Paulo, bem perto do Aeroporto de Congonhas. Mas na televisão, pelas telas do Brasil inteiro, o mesmo avião se destroçou centenas de vezes. Reconstituições animadas, chamas em câmera lenta, tudo se fez para prolongar o horror. Por que é que tem que ser assim?
Existe a resposta cínica: É notícia, um desastre com tais proporções merece todo o destaque nos meios de comunicação. Sem cinismo, a resposta não seria tão fácil. Que é notícia, ninguém há de negar. Que os cidadãos devem ser informados sobre cada detalhe, também não se contesta. Mas o festival ininterrupto que perpetua o desastre na televisão não tem nada a ver com informação ou notícia. É show. Soa mórbido, mas é isso mesmo: como o desfile das escolas de samba ou as Olimpíadas, as catástrofes se convertem em show de TV, com a diferença de que o Carnaval e as Olimpíadas são shows um pouco menos apelativos.
A TV tem na informação jornalística um produto secundário. Seu negócio fundamental é o entretenimento. Daí a vocação para o espetáculo, o apelo à emoção. Mesmo os documentários não podem fugir à obrigação de emocionar. É o critério da emoção que faz com que as imagens que já não informam nada de novo sejam repetidas sem parar. O gol de placa dos replays ao longo da semana. A trombada que matou Ayrton Senna também. O objetivo é fazer durar a emoção. Por isso, na televisão, as tragédias não acontecem simplesmente: elas ficam acontecendo, num gerúndio interminável que não é o tempo dos fatos, mas o tempo das sensações. Diante das chamadas, dos corpos no chão, o telespectador se deixa aprisionar, ou melhor, se deixa entreter, atraído por tudo aquilo.
Entrevista num dos programas sobre o acidente, uma testemunha contou que estava no quarto quando vislumbrou as chamas pela janela. Num impulso repentino, como numa recusa, fechou a janela. Mas, logo em seguida, abriu novamente. Precisava confirmar o que tinha acabado de ver. Olhou e ficou aterrorizada. Talvez o telespectador alegue algo parecido: não desprega o olho do vídeo porque precisa ver para crer. Mas a televisão, ao contrário das janelas de verdade, não aproxima de nada – ela protege de tudo. Quem viu pessoalmente as cenas do desastre se feriu na alma. Muita gente não conseguia dormir depois. Quem vê pela televisão as mesmas imagens se sente imune. Bebe um uísque, relaxa na poltrona. Sente um prazer estranho. Pede bis e é atendido.

Incrivelmente, o texto postado acima comemorará 11 anos. É de autoria do jornalista Eugênio Bucci e foi publicado na revista Veja, no dia 13 de novembro de 1996. A tragédia, de proporções lastimáveis, ocorreu em 31 de outubro de 1996, onde 99 pessoas morreram. Existe o velho adágio dizendo que o raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Dessa vez caiu e causou um estrago muito maior. Se há culpados? Se houve falha humana? Se a manutenção da pista foi subestimada? Tudo é possível. Mas nada pode justificar, o que nas palavras de Bucci, pode ser entendido como “vocação para o show” nas coberturas jornalísticas.
Deixo aqui minhas sinceras condolências aos familiares e amigos das vítimas. Também lamento essa modalidade, sutilmente sádica, de propagar o sofrimento alheio.

10 de julho de 2007

aquilo que somos

"Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos."


(E. Galeano)

quem muda o mundo...

Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas.


(Mario Quintana)

sabedoria

"-Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui? - perguntou Alice.

-Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.

-Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.

-Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato."


(Lewis Carroll - Alice no País das Maravilhas)

9 de julho de 2007

one year of love

E finalmente, resolvi me desfazer da “era do medo”. É hora de juntar os pedacinhos e recomeçar a caminhada. Isso tem muito pouco a ver com a finalidade desse espaço, mas é que esqueci de contar: eu era uma pessoa muito medrosa.
Hoje, e por motivos que dispensam comentários, sinto que é hora de mudar. Pretendia fazer uma postagem que finalmente definisse uma “pré-linha editorial” para o blog, a exemplo do MV Bar, que tanto freqüento.
Mas reconheci que a própria escolha do nome, “Pluralidade”, tem mesmo a função de representar minha própria diversidade, minhas percepções, muitas vezes confusas, e sobretudo, o exercício constante de contar histórias. Um treinamento para o futuro ofício.
Tinha em mente uma bela história para hoje, ou ao menos, uma que poderia ter sido muito bela. Mas deixe que o tempo se encarregue das feridas. Sobre isso, apenas um comentário:

“Just one year of love
Is better than a lifetime alone”

(
John Deacon – Queen)

E uma bela letra:

Nosso sonho
Se perdeu no fio da vida
E eu vou embora
Sem mais feridas
Sem despedidas
Eu quero ver o mar

Se voltar desejos
Ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música
Música
Se lembrar dos tempos
Dos nossos momentos
Lembre da nossa música
Música

Nossas juras de amor
Já desbotadas
Nossos beijos de outrora
Foram guardados
Nosso mais belo plano
Desperdiçado
Nossa graça e vontade
Derretem na chuva

Um costume de nós
Fica agarrado
As lembranças, os cheiros.
Dilacerados
Nossa bela história
Está no passado
O amor que me tinhas
Era pouco e se acabou

Se voltar desejos
Ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música
Música
Se lembrar dos tempos
Dos nossos momentos
Lembre da nossa música

Música - Vanessa da Mata

23 de abril de 2007

só fala em mim...


O tempo vai passar você vai ver
Então por que já não saber de vez
Você está tão longe de entender
O que eu falo bem diante de você

Você diz tudo bem depois faz diferente
Diz que vai sumir e sempre volta atrás
Enquanto a sua imagem vai e vem
Aonde posso ir se você não está

O sol me reconforta e eu ando só
E sei que você anda por aí
Eu nunca mais te vi ao meu redor
Nem sei se me encontrei ou te perdi

Talvez eu siga sem você daqui pra frente
A vida tem caminhos muito desiguais
Disseram que você só fala em mim
Agora veja como a gente foi ficar

Não mandei você ir embora
Nem falei que podia me esquecer
Vou sorrir pra tristeza agora
Vou viver os meus dias sem você

Ana Carolina



22 de abril de 2007

"Como leigo, não posso me permitir julgamento nenhum,
mas tenho a impressão de que os erros se multiplicam (...)
(...) Frear ou acelerar,
calças com ou sem barra revirada,
a tua moral ou a minha.
Quem crê ter razão
já está julgado.
(...) Quando se escutam as próprias palavras,
durante certo tempo,
elas ribombam na própria cabeça -
a gente gostaria de fechar os olhos
como uma criança,
e tapar os ouvidos
e, de preferência, já não dizer nada mais.
Mas isso seria um erro".


(Hans Magnus Enzensberger)

Pausa. Ou silêncio. As palavras atordoam...