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27 de setembro de 2007

o Governo do Estado de São Paulo está a venda...

Jornal VALOR ECONÔMICO – 27/09/2007

São Paulo avalia 18 estatais para reiniciar privatização

Vanessa Adachi

O governo do Estado de São Paulo quer avaliar o preço de 18 empresas estatais para estudar sua privatização ou venda de participação minoritária. Fazem parte da lista a elétrica Cesp, o banco Nossa Caixa, a companhia de saneamento Sabesp, o Metrô, a Dersa, que administra rodovias, e até o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). Seria a retomada das privatizações paulistas, que haviam sido interrompidas, com exceção da empresa de transmissão de energia Cteep, vendida no ano passado.

Cálculos preliminares indicam que essas empresas, reunidas, poderiam valer mais de R$ 30 bilhões - mas o governo não detém 100% das ações em todas elas. Não é certo quais empresas serão efetivamente vendidas. O mais provável, na avaliação de executivos do mercado financeiro, é que o governo privatize apenas parte delas.

Na última segunda-feira, os bancos interessados em trabalhar como assessores financeiros do governo entregaram envelopes contendo suas propostas e a indicação da comissão que pretendem cobrar. Na próxima semana deve ser anunciado o nome do vencedor. JPMorgan, Morgan Stanley, UBS, Banco Espírito Santo, Citi e Fator são alguns dos bancos que fizeram suas ofertas ao governo. O processo está a cargo da Secretaria da Fazenda, sob o comando de Mauro Ricardo Costa. Procurada, a Secretaria informou que não comentaria o assunto.

As 18 empresas foram reunidas em três grupos. O primeiro é formado por Cesp, Nossa Caixa e Sabesp. O segundo tem seis companhias: Metrô, CDHU (desenvolvimento habitacional e urbano), CPTM (trens metropolitanos), Dersa, Emae (água e energia) e Cosesp (seguros). O terceiro grupo é composto por nove empresas: CPP (parcerias), Cetesb (saneamento), Prodesp (processamento de dados), Imprensa Oficial, EMTU (transportes), CPOS (obras e serviços), IPT, Codasp (desenvolvimento agrícola) e Emplasa (planejamento).

Segundo as regras do edital de licitação para contratação do serviço de avaliação, o governo poderia, no limite, vender seis companhias por ano nos próximos três anos: uma do grupo 1, duas do 2 e três do 3. Em comunicado divulgado há um mês, a Secretaria da Fazenda anunciou o início da licitação para avaliar seus ativos, mas não mencionou a intenção de vendê-los

16 de setembro de 2007



Relatório de Participação Projeto Arandu Porã

.:: Carolina Oliveira
.:: Elieth Rodrigues


Realizamos um trabalho acadêmico, no primeiro semestre de 2007, onde a professora Marta Marcondes foi fundamental no fornecimento de informações para que este se realizasse. Tratava-se de um jornal empresarial que visava divulgar práticas de integração sociedade x universidade, promovidas por alunos do curso de biologia da UNIP, campus Vergueiro. Durante a realização deste trabalho, surgiu o convite para colaborar no Projeto Arandu Porã, coordenado pela professora.

Motivadas pela oportunidade de desenvolver um trabalho colaborativo, não remunerado e com grandes possibilidades de aprendizado, topamos no ato. Não fazíamos idéia do grande desafio que isso representa.

Domingo, dia 02 de setembro, após cansativa caminhada de 5 km, finalmente chegamos ao ponto de encontro. A Aldeia Guarani Krukutu esta localizada na região de Parelheiros, zona sul do município de São Paulo, situada na Área de proteção Ambiental (APA) Capivari Monos.

A aldeia fica localizada às margens da Represa Billings

Ali, foi realizada a 2ª Capacitação do Projeto Arandu Porã, com alunos e professores de biologia das Instituições São Marcos, Instituto de Biologia, Universidade Paulista e representantes da Associação Guarani Nhe’Em Porã.

O projeto pretende promover a preservação e recuperação das nascentes na área ocupada pela aldeia, como forma de melhorar sua sustentabilidade. Também visa desenvolver um núcleo de educação ambiental modelo em preservação de nascentes da Mata Atlântica, para incentivar as comunidades do entorno à práticas de preservação dos recursos hídricos.

Durante a capacitação, fomos sensibilizados da importância ambiental da área e instruídos sobre a abrangência do projeto. Falamos sobre o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD), recuperação estrutural (integridade física – químicos e biológicos), recuperação funcional (APA – a mata preserva a água) e da recomposição florística (ou revegetação). Todos esses tópicos serão abrangidos pelo projeto, por meio de equipes que irão mapear toda a região e desenvolver um plano estratégico para atuação.

Esse encontro, mais do que a efetivação de nosso aceite ao convite, representou uma experiência sem precedentes. É tudo muito novo. O contado com biólogos será fundamental para nós, estudantes de jornalismo. Simplesmente, porque nosso repertório e área de conhecimento são focados em aspectos da realidade completamente diferentes. Isso não significa, nem de longe, que sejamos apáticas às questões ambientais. Significa apenas que, as oportunidades de contato direto com essa causa, em proporções maiores, não ocorrem sempre. Somos marinheiras de primeira viagem e é, no mínimo, delicado de nossa parte admitirmos isso desde o primeiro instante.

Isso tudo, porque ainda não falamos de como foi o primeiro contato com os nativos. De maneira mais superficial, poderíamos classificá-lo como ‘traumático’. Isso, sem dúvida, se deve ao estereotipo forte que alimentamos (e que somos ensinados a fazê-lo) a respeito dos hábitos e de identidade culturais.

De maneira mais crítica, é impossível não admitir que aquela comunidade, os Guaranis da aldeia Krukutu, sofreram e sofrem uma interferência forte do sistema capitalista. Quanto a isso, naturalmente, é difícil mesmo ficar imune por muito tempo.

A primeira das tarefas será a de identificar, em nossas próprias percepções, até onde é senso crítico e até onde é postura etnocêntrica. A participação de uma professora antropóloga na equipe ajudará a nos nortear com relação a esse relativismo cultural.

Como todo projeto filantrópico, Arandu Porã conta com o apoio da iniciativa privada. A Petrobrás patrocina a iniciativa e entre outras coisas, confere à coordenação do projeto o processo de divulgação. Nossa tarefa é a de viabilizar uma ação de assessoria de imprensa. Para isso, será necessário sólido conhecimento sobre o que é o Arandu Porã, quem são os Guaranis e qual o nosso papel em todo esse contexto. Em teoria, isso se aproxima muito também do que subtende-se jornalismo comunitário, onde a comunicação, em uma comunidade especifica, tem poder de aumentar a abrangência política de suas articulações.

7 de setembro de 2007

nunca ninguém me disse eu te amo, em cartaz no Teatro Augusta

O espetáculo ‘Nunca ninguém me disse eu te amo’, com direção de Flávio Fautinoni, aborda o universo corporativo do ponto de vista de uma executiva que acaba de ser demitida e traz no elenco as atrizes Lais Correa e Silvia Ferreira.

(Lais Correa e Silvia Ferreira)

Em cartaz na Sala Experimental do Teatro Augusta, ‘Nunca ninguém me disse eu te amo’ retrata de maneira critica e surpreendente o universo corporativo, onde o inusitado e o trivial da dita vida moderna se traduzem como um processo de isolamento e exaustão na busca pelo sucesso e reconhecimento profissionais.

Com direção de Flávio Faustinoni, a trama retrata a relação mantida entre uma respeitável executiva de marketing, chamada Renata, e sua assistente Ana, interpretadas respectivamente por Lais Correa e Silvia Ferreira.

Após uma reestruturação na empresa, Renata, que dedicou integralmente 25 anos à profissão, é demitida. Em cena, é vivida a última hora de Renata em suas atribuições. Ana, a dedicada assistente, presencia a revelação de segredos tórridos e o despertar dos sentimentos da futura ex-chefe. Os diálogos, por vezes irônicos, e ao mesmo tempo, subitamente cruéis, dão o tom quase cômico e quase caricato à trama. Isso tem efeito admirável na platéia.

A atmosfera do espetáculo é criada muito antes do inicio da apresentação, no momento da retirada dos ingressos na bilheteria. Junto ao ingresso é entregue um ‘cartão de ponto’, que deve ser apresentado na catraca simbólica, postada na entrada da Sala Experimental, dando a sensação de que todos entram no ambiente de uma empresa.

O cenário, produzido por Osvaldo Gonçalves, concebe uma sala de escritório, toda estruturada com caixas de arquivo morto. De acordo com Faustinoni, sugere “o simbolismo de abandono sem desapego, o que acaba por gerar mais sofrimento em Renata”.

Em entrevista, Franz Keppler, autor da peça, revela que a inspiração para o texto surgiu do convívio com o ambiente corporativo, onde dedicou cerca de 16 anos à comunicação empresarial.

Para quem assiste ao espetáculo, fica a provocação de uma trama que, de acordo com Franz, foi idealizada para proporcionar uma reflexão sobre a vida que as pessoas levam dentro das empresas e até que ponto elas abdicam das questões pessoais em função disto.

O duo interpretativo é acompanhado por soluções criativas, como a interatividade com um telão, situado no canto direto da platéia. Com 55 lugares disponíveis, a sala cria um clima intimista entre artista e público. Isso favorece ainda mais a aproximação das situações com a vida dos espectadores, como se estivessem de fato ativos naquela ação. A peça promove um processo de comparação com as descobertas dolorosas das personagens em relação à realidade.

Não deixem de conferir!

SERVIÇO

NUNCA NINGUÉM ME DISSE EU TE AMO – Sábado, às 21 horas, no Teatro Augusta - Sala Experimental. Elenco - Lais Correa e Silvia Ferreira. Texto – Franz Keppler. Direção – Flávio Faustinoni. Cenário - Osvaldo Gonçalves - Iluminação Aline Santini. Figurino – Vivian Suppa. Trilha Sonora - Lucas Vasconcelos. Direção de Produção - Isabeau Christine. Temporada – Sexta-feira às 21h30, sábado, às 21 horas e domingos às 19 horas. Censura – 14 anos. Duração – 60 minutos.

Teatro Augusta - Rua Augusta 943. Telefone - (11) 3151-4141. Capacidade – 55 lugares. Horários da bilheteria – Quarta, quinta e sábado das 15h00 às 21h00. Sexta-feira das 15h00 às 21h30. Domingo das 15h00 às 19h00. A bilheteria só aceita dinheiro e cheque. Ingresso Rápido – (11) 2163-2000. Aceita todos os cartões de débito e crédito. Temporada – Sexta a domingo – R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia entrada). Até 7 de outubro.