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18 de setembro de 2008

Mensagens do dia...
“A maneira mais fácil e mais segura de vivermos honradamente, consiste em sermos, na realidade, o que parecemos ser.”
Sócrates
“Quando tiver que escolher entre o amor e o ódio, ame com toda a força do seu coração e quando tiver que odiar, simplesmente não o faça, pois quem alimenta o ódio atira fogo ao próprio coração.”
Desconhecido
“Eu te peço, Senhor, nessa singela oração, que me dês a graça de ser fiel aos meus amigos. São poucos. E impossível seria que fossem muitos. São poucos, mas são preciosos. Eu te peço, Senhor, que me afastes do mal da inveja que traz consigo outros desvios. A fofoca. A terrível fofoca que humilha, que maltrata, que faz sofrer.”
Desconhecido


Paulo e Carol

10 de setembro de 2008


Sobre o tempo escasso e a pureza

Hoje fiz um teste curioso. Chama-se Teste de Pureza, em que contabilizei 77% no índice de ‘santidade’, conferindo ‘sim’ à 30 perguntas. Poxa vida, ainda tenho tanto para aprender. Como diria Zwe, preciso pirar mais.

Peço desculpas, de antemão, por possíveis lapsos de abandono ao Pluralidade. Estou para reorganizá-lo editorialmente e dar um ‘up’ no template. Aguardem.

E não deixem de fazer o teste e comentá-lo aqui.


Beijos e abraços devidos, me apropriando das saudações Zanderlísticas.

9 de setembro de 2008

Se o crime compensasse...

Li recentemente no blog do Marcelo Katsuki, editor de arte da Folha Online, um post sobre o que seria possível comprar/fazer com o valor equivalente a um (apenas um) ingresso para o show da Madonna (R$ 720,00 - pista vip + taxa de serviço).

Confira a lista de Katsuki:

- Almoçar 25 vezes o delicioso menu executivo do Tête à Tête (R$ 28,60) com entrada, prato principal e sobremesa (já com 10% serviço)

- Comprar 46 garrafas de Salton Espumante Brut (R$ 15,40) na Meu Vinho e dar uma festa em casa (ao som de Madonna)

- Comprar 5 ingressos pro show do Boy George (contemporâneo da 'loira ambiciosa') na Via Funchal (R$ 140), e ainda sobrava um trocado pro goró.

- Ou podia juntar mais 8 amigos e assistir ao show da Marina no Tom Jazz (R$ 80). Uma mesona contra um lugar de pé no gramado sem poder ir ao banheiro para não perder o lugar.

- Dava também para comprar 48 ingressos para assistir à Osusp e o pianista Nelson Ayres homenageando Villa-Lobos, Chico Buarque e Edu Lobo no Auditório Ibirapuera (R$ 15). Podia levar a redação inteira!

- Ou 60 ingressos para o filme Os Desafinados que estréia no Espaço Unibanco Augusta (R$ 12). Levava toda a galera do karaokê!

- E se for por preguiça de enfrentar as filas para chegar, entrar e se acomodar no Morumbi, comprava logo uma TV 29" tela plana na Casa & Video (R$ 599) e um DVD CCE na Videolar (R$ 99). Guardava o troco para comprar o DVD do show e assistia em casa tomando Martini no sofá. Não seria tão ruim...

.:::::

Pois bem, a exemplo de minha amiga Polly, peguei lápis e papel e resolvi contabilizar minhas próprias aspirações consumistas (e outras nem tanto) de maneira a justificar minha negativa ao convite:

.:: Com R$ 720,00 eu quito duas vezes o meu cheque especial;

.:: Garanto um módulo completo (seis meses) do curso de inglês;

.:: Me presenteio com quatro botas cano longo (estilo “chego e arraso”) de uma marca suuuper confortável que eu adoro;

.:: Uma média de 48 livros garimpados com todo o carinho do mundo pelos sebos do centro de São Paulo (ou pelo Estante Virtual);

.:: Passagem de ida e volta para Montevidéu, no Uruguai, para visitar o primo e, de quebra, passar uma tarde romântica em algum café dali;

.:: Ir 24 vezes ao Bourbon Street dançar salsa;

.:: Faria sete oficinas de contadora de histórias;

.:: Pagaria metade o valor de um forno elétrico semi-industrial, sonho de consumo de minha mãe;

.:: Poderia dar uma furadeira industrial de presente ao meu irmão, para a oficina de lutheria;

.:: Compraria a discografia completa do Zeca Baleiro para quatro amigos;

.:: De quebra, poderia ter visto o show do Rush (no mesmíssimo Morumbi, em 2004) na incrível turnê do Vapor Trails por 18 vezes, ao invés de uma;

.:: Tomaria exatas 120 doses de Trombada, melhor batida no Rei das Batidas, butecão lá perto da FFLCH;

.:: Dava para ir à Teodoro Sampaio e comprar três violões Di Giorgio modelo estudante;

.:: Providenciaria cinco gigas de memória para a máquina lá de casa;

.:: Comprava uma máquina de lavar para a Paz;

.:: Pagaria a Má, com juros e correções monetárias;

.:: Mandava afinar o piano do Vini, para tocarmos Maria Rita com dignidade;

.:: Sim, Polly, eu também compraria uma Sony Cybershot de 7.MP e sairia por ai, ala Sebastião Salgado.

Brincadeiras à parte, isso só veio somar minha indignação com a máxima de que “fazer show caro no Brasil compensa”. Pô! É muita palhaçada! E o mérito não é só da Véia. Virou costume mesmo, conjugado com a equivocada idéia de que ‘se é caro é bom’.

O show deve ser um espetáculo, reconheço. Claro, nada tipo o “Pulse” na Piazza San Marcos em Veneza, Itália, em 1989, mas algo que, no mínimo, valha o estardalhaço. Eu gostei muito do DVD da última turnê, a famigerada Confessions Tour. Essa me deixou com água na boca.

Mas, neste instante, chego à mesmíssima conclusão de que vou ficar em casa e comer pipoca. Quando a relação custo/benefício for mais compatível com meus recursos financeiros, avaliarei a possibilidade de trocar 378 espetáculos teatrais no Centro Cultural São Paulo por uma única noite, sob o risco de ser pisoteada.
Cest’ la vie...

David Gilmour - Comfortably Numb - Live in Venice 1989 (Pulse Tour)




Confortavelmente Entorpecido
Composição: Waters And Gilmour

Olá?
Tem alguém aí dentro?
Acena se me puderes ouvir
Tem alguém em casa?
Vamos lá,
Ouvi dizer que te sentes para baixo
Bom, eu posso aliviar a tua dor
Por-te de pé novamente

Relaxa
Eu preciso de algumas informações primeiro
Apenas coisas básicas
Podes me dizer onde dói?

Não há dor, estás equivocado
Um navio distante fumega no horizonte
Só chegas a mim por ondas
Os teus lábios movem-se mas
Não consigo ouvir o que dizes
Quando eu era criança eu tive uma febre
As minhas mãos caíram como dois balões
Agora eu tenho essa sensação novamente
Não consigo explicar, não entenderías
Eu não sou assim
Eu tornei-me confortavelmente entorpecido

Tudo bem
Apenas uma picadinha
Não haverá mais... aaaaaahhhhh!
Mas poderás sentir-te enjoado
Consegues te levantar?
Parece que está a dar resultado. ótimo.
Isso far-te-á aguentar o espetáculo
Vamos, está na hora de ir

2 de setembro de 2008

O dom e a palavra

Que palavra escolher? O velho dilema.

Esse é o dom dela, indissociável. Aquele irresistível prazer de sintetizar tudo quanto é sentimento. As palavras qualificam o pensamento, dão sentido ao que soa. A capacidade humana de pensar é resumida, de certa forma, no índice de vocabulário do ser.

Parece que, quanto maior a eficiência de um individuo em ‘descrever’ algo, maior a sua sensibilidade. Na real: pura artimanha das palavras. A articulação dos verbos pulsa nas veias. Dá movimento, ação às coisas.

Quem nunca se deslumbrou com a uma citação coerente, com o uso quase obsceno dos termos? Com a articulação verbal de um orador?

Dentro da própria palavra, em sua acepção etimológica, está o universo das possibilidades. Sempre é dito ‘escolha bem tuas palavras ou arque com as conseqüências’. Outro tipo de engano condicionado é possível? As palavras iludem, criam falsas expectativas. O pior disso tudo? Nós realmente esperamos isso delas.

A legitimação da mágoa também obedece a sintaxe. Esperamos da palavra alheia o sentido para amenizar nossos próprios adjetivos.


Uns Dias - Paralamas do Sucesso





O expresso do oriente
Rasga a noite, passa rente
E leva tanta gente
Que eu até perdi a conta

Eu nem te contei uma novidade, quente
Eu nem te contei

Eu tive fora uns dias
Numa onda diferente
E provei tantas frutas
Que te deixariam tonta
Eu nem te falei
Da vertigem que se sente

Eu nem te falei
Que eu te procurei
Pra me confessar
Eu chorava de amor

E não porque sofria
Mas você chegou já era dia
E não estava sozinha
Eu tive fora uns dias
Eu te odiei uns dias
Eu quis te matar